"É muitíssimo
evidente pelas obras de Deus que o seu conhecimento e poder são infinitos...
Sendo assim, infinito em poder e conhecimento, ele também deve ser
perfeitamente santo, pois a falta de santidade sempre demonstra algum defeito,
alguma cegueira. Onde não há escuridão nem engano, não pode haver falta de
santidade... Deus, sendo infinito em poder e conhecimento, deve ser
autossuficiente e todo-suficiente; por isso é impossível que ele estivesse sob
a tentação de fazer alguma coisa errada, pois não teria uma finalidade em
fazê-lo... portanto, Deus é essencialmente santo, e nada é mais impossível de
ocorrer do que ele falhar".
Quando Jonathan Edwards
se aquietou e reconheceu que Deus é Deus, a visão diante de seus olhos foi a de
um Deus absolutamente soberano, autossuficiente em si mesmo e suficiente para
suas criaturas, infinito em santidade e, portanto, perfeitamente glorioso, ou
seja, infinitamente belo em toda a sua perfeição. As ações de Deus, por isso,
nunca são motivadas pela necessidade de suprir as suas deficiências (pois ele
não tem nenhuma), mas são sempre motivadas pela paixão de mostrar a sua
suficiência gloriosa (que é infinita). Ele faz tudo o que faz - absolutamente
tudo — a fim de mostrar sua glória.
Logo, o nosso dever e
privilégio é conformar-nos com o propósito divino na criação, na História e na
redenção, ou seja, refletir o valor da glória de Deus, pensar, sentir e fazer
tudo o que for preciso para engrandecer o nosso Deus. Nossa razão de ser, a nossa
vocação, nossa alegria é a de tornar a glória de Deus visível. Edwards escreve:
"Tudo aquilo que é
mencionado nas Escrituras como a finalidade última das obras de Deus está
incluído em uma única frase, a glória de Deus... O esplendor brilha sobre e na
criatura, e é refletido de volta para a luminária. Os raios de glória vêm de
Deus, são algo de Deus e são reintegrados de volta à sua origem. Assim que a
totalidade é de Deus e em Deus, e para Deus, e Deus é o começo, meio e fim
neste caso".
Esta é a essência da
visão fascinada pela glória de Deus que Edwards possuía a respeito de todas as
coisas! Deus é o princípio, o meio e o fim de todas as coisas. Nada existe sem
que tivesse sido criado por ele. Nada subsiste sem a sustentação da sua
Palavra. Tudo tem a razão de sua existência nele. Portanto, nada pode ser
entendido à parte dele, e qualquer entendimento de qualquer coisa que o exclua
são compreensões superficiais, pois deixam de fora a realidade mais importante
do universo. Hoje, mal podemos começar a sentir quanto nos tornamos ignorantes
de Deus, porque ele é o próprio ar que respiramos.
John Piper
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