Já me perguntaram isso muitas vezes, e
não tenho certeza se concordo com ela. Essa questão muitas vezes assume
que o pastor, única entre todas as vocações do mundo, vai (e às vezes deve)
ter um chamado poderoso, divino e subjetivo para o ministério, que sem
sombra de dúvida o apontará para a direção ordenada por Deus. Eu não
vejo apoio para esse tipo de experiência normativa nas Escrituras.
Mas eu entendo o que os jovens estão
procurando. Eles entendem que o ministério pastoral é um trabalho
pesado, que não deve ser assumido levianamente. Então, naturalmente,
eles querem saber se as suas inclinações não visam o benefício próprio e
se sua direção não é uma incumbência de tolo. Eles estão à procura de
uma sinalização ao longo do caminho para mostrar-lhes que não estão,
obviamente, no caminho errado. Isso é um impulso louvável.
Eis algumas perguntas que você deve perguntar a si mesmo enquanto considera o chamado para o ministério pastoral.
1. Eu preencho as qualificações estabelecidas em 1 Timóteo 3 e Tito 1?
Esse é o lugar para começar. Se o seu caráter não é maduro, estável e
(de forma não perfeccionista) exemplar, então você não está pronto para
ser um pastor. Isso não significa necessariamente que você está no
caminho errado, se você ainda não tem vitória sobre certos pecados (como
pornografia), mas significa que você não estará pronto até preencher os
padrões bíblicos.
2. Os cristãos que me conhecem melhor reconhecem consistentemente meus dons para o ministério? A chamada mais importante é a chamada objetiva de sua igreja encorajando-o a prosseguir o ministério pastoral.
3. Gosto de ensinar a todos os tipos de pessoas em todos os tipos de situações?
A maioria das pessoas que pensam no ministério pastoral está animada
para pregar. Eu quero saber se eles estão animados para pregar em uma
missão e animado para ensinar o catecismo a crianças de cinco anos.
4. Eu me sinto tocado por uma pregação boa?
Se um homem é chamado para pregar o evangelho, ele deve ficar animado
ao ouvi-lo sendo pregado. O conteúdo deve movê-lo e ele deve se pegar
pensando “Ah, se eu pudesse proclamar essa boa notícia”.
5. Eu me sinto inquieto por uma pregação ruim?
O último ponto foi óbvio. Este é menos, mas tão importante quanto. Eu
acho que algo deveria queimar em um homem quando ele ouve a palavra de
Deus sendo tratada de forma inapropriada.
6. Você gosta de estar perto de pessoas?
Alguns pastores são extrovertidos; muitos outros não são. Eu sou uma
espécie de meio-termo. Estou ansioso para estar com as pessoas mais do
que alguns pastores que conheço, mas não tanto quanto muitos homens que
admiro. Mas qualquer que seja a sua personalidade, você não será um bom
pastor se não gosta de pessoas e as repele tanto quanto possível.
7. Eu faço amigos com facilidade?
Este é um teste subjetivo (como muitas dessas questões), mas a falta de
amizades significativas não é um bom sinal. Pode ser uma indicação de
que você é muito ríspido, muito solitário, ou, francamente, muito
estranho para ser eficaz no ministério pastoral.
8. Eu gosto de ler? Felizmente não há um Coeficiente de Rendimento ou Índice de Rendimento Acadêmico
para o ministério pastoral. Mas mesmo assim, se queremos ser “aptos
para ensinar”, devemos estar ansiosos para aprendermos. A pregação se
torna superficial e o ministério, rançoso sem tempo no Livro e nos
livros.
9. Já pensei em fazer isso por mais de alguns meses?
Muitas vezes, quando os alunos ou adultos vêm a Cristo, eles
rapidamente assumem que, por serem zelosos pelo Senhor, devem ir ao
seminário e se prepararem para o ministério. Isso geralmente é um
equívoco, às vezes por causa do orgulho e, por vezes, devido ao zelo
equivocado. Há uma razão pela qual a Bíblia insiste em dizer que os
líderes da igreja não devem ser neófitos.
10. Eu ainda quero ser um pastor se eu nunca escrever um livro, nunca falar em uma conferência e nunca ter uma igreja grande? Nossa paixão deve ser alimentar o rebanho, não o nosso ego.
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