29 maio 2012

"Conhecer a Deus" - Jorge Himitian (Trechos extraídos do Livro: "Conhecendo a Deus de Jorge Himitian)


Como Podemos Conhecer a Deus Plenamente:

Na criação podemos conhecer a Deus parcialmente. Olhamos as estrelas, a natureza, os animais e tudo mias e podemos dizer que há um Deus. “Os céus manifestam a glória de Deus”, mas não o seu caráter, sua santidade, sua graça, sua vontade, etc. Portanto não podemos conhecer a Deus plenamente nela.


O Caráter de Deus pode ser conhecido parcialmente por sua P
alavra. Através das Escrituras discernimos seu caráter, poder, santidade, etc. Mas não podemos experimentar.

Mas é no Filho que temos a revelação total e plena de Deus.
“Porque nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade” Hb2:9.

Deus tem três faces : Pai , Filho , Espírito Santo. Nós conhecemos a face do Filho.

2Co 4:6
“Porque Deus, que disse: Das trevas brilhará a luz, é quem brilhou em nossos corações, para iluminação do conhecimento da glória de Deus na face de Cristo.”

Hb 1:3
“Sendo ele o resplendor da sua glória e a expressa imagem do seu Ser, e sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder, havendo ele mesmo feito a purificação dos pecados, assentou-se à direita da Majestade nas alturas”

Cl 1:15
“O qual é imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação”

Só podemos conhecer plenamente a Deus, conhecendo plenamente o Filho de Deus.

O Verbo eternamente pré-existente com o Pai se tornou existente no tempo e espaço para que Deus se tornasse conhecido.

O Verbo foi manifestado em carne. Aquele que era Deus, foi gerado como homem pelo Espírito do Altíssimo no ventre de uma mulher e se tornou o Filho de Deus. Se fez semelhante aos homens, para que estes pudessem conhecer a Deus


Como Podemos Conhecer Plenamente o Filho de Deus:

Como podemos conhecer o Verbo encarnado se não estivemos lá em Belém? Mas muitas pessoas que estiverem com Jesus pessoalmente não o conheceram, pois Ele não pode ser conhecido externamente.


Ef 5:31-32

“Por isso deixará o homem a seu pai e a sua mãe, e se unirá à sua mulher, e serão os dois uma só carne. Grande é este mistério, mas eu falo em referência a Cristo e à igreja.”

Da mesma forma que marido e mulher, Cristo se uniu a Igreja. Através da nossa união com Cristo podemos experimentá-lo por ter um relacionamento intenso com Ele.

Jo 15:26-27
“Quando vier o Consolador, que eu vos enviarei da parte do Pai, o Espírito da verdade, que do Pai procede, esse dará testemunho de mim; e também vós dareis testemunho, porque estais comigo desde o princípio.”

Uma testemunha é alguém que revela um fato. E este texto nos mostra que temos dois testemunhos para nos revelar Jesus, o Filho de Deus.

O Testemunho do Espírito:
A obra do Espírito é exatamente esta: REVELAR O FILHO, glorificar o filho. A comunhão do Espírito Santo com o nosso espírito nos revela o Senhor. Esta é a sua missão, Ele se agrada em fazer isso. O Espírito hoje está dentro de nós! Ele nos faz experimentar a Cristo interiormente, no espírito!

O Testemunho dos Apóstolos:
Foram as pessoas que viveram com Ele, viram o que Ele fez, ouviram Suas palavras, Sua voz, comeram juntos, dormiram juntos.
Mesmo tendo presenciado tudo e observado tudo, foi necessária a operação do Espírito, para que a obra observada por eles em Jesus fosse experimentada.

Jo 16:13-15
“Quando vier, porém, aquele, o Espírito da verdade, ele vos guiará a toda a verdade; porque não falará por si mesmo, mas dirá o que tiver ouvido, e vos anunciará as coisas vindouras. Ele me glorificará, porque receberá do que é meu, e vo-lo anunciará. Tudo quanto o Pai tem é meu; por isso eu vos disse que ele, recebendo do que é meu, vo-lo anunciará.”

O que Jesus está dizendo aqui é que o conhecimento de observação não é suficiente. É necessária a experiência com o Espírito para que Ele revele Jesus.

Para experimentar Jesus precisamos do Testemunho dos Apóstolos e do Testemunho do Espírito!


O Testemunho de Paulo:

Fp 3:7-10
“Mas o que para mim era lucro passei a considerá-lo como perda por amor de Cristo; sim, na verdade, tenho também como perda todas as coisas pela excelência do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor; pelo qual sofri a perda de todas estas coisas, e as considero como refugo, para que possa ganhar a Cristo, e seja achado nele, não tendo como minha justiça a que vem da lei, mas a que vem pela fé em Cristo, a saber, a justiça que vem de Deus pela fé;“Para conhecê-lo, e o poder da sua ressurreição e a e a participação dos seus sofrimentos, conformando-me a ele na sua morte”


“O que para mim era lucro”
Isto é diferente de pecado. Paulo aqui não está falando de deixar o pecado. Ele fala de coisas que para ele eram lucro, coisas boas da vida. (conhecimento intelectual, posição social, imagem pública, passeios, descanso, dinheiro, etc) . Considere perda.


Na verdade ele diz: “tenho por perda TODAS as coisas”


A palavra aqui traduzida como refugo, é esterco. A coisa mais preciosa da vida perto de Cristo é esterco!


Paulo era apaixonado por Cristo!!!


• Para conhecer a Cristo (E ser como Ele)
• E o poder da Sua ressurreição
• E a comunhão dos Seus sofrimentos


“A maior parte dos crentes passa a maior parte do tempo assistindo TV”. Não temos tempo para Cristo. Isso significa que as outras coisas são mais importantes.
Isto uma questão de PRIORIDADE.
 


A FRAQUEZA DE NOSSOS MINISTÉRIOS, FAMÍLIAS, DISCÍPULOS, CONGREGAÇÕES É PORQUE ESTAMOS COM PRIORIDADES EQUIVOCADAS.


Sl 1:1-3
“Bem-aventurado o homem que não anda segundo o conselho dos ímpios, nem se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores; antes tem seu prazer na lei do Senhor, e na sua lei medita de dia e noite. Pois será como a árvore plantada junto às correntes de águas, a qual dá o seu fruto na estação própria, e cuja folha não cai; e tudo quanto fizer prosperará.”


Geralmente temos as características daquele que admiramos (Ex.: os jovens e seus ídolos). Um discípulo aprende mais quando mais admira seu mestre.


Deus nos deu o Varão Perfeito, que é Jesus Cristo, seu Filho.
Para admirá-lo precisamos conhecê-lo, para conhecê-lo precisamos passar tempo com Ele!


2 Co 3:18
“Mas todos nós, com rosto descoberto, refletindo como um espelho a glória do Senhor, somos transformados de glória em glória na mesma imagem, como pelo Espírito do Senhor.”


Quando contemplamos, começamos a ser transformados, de gloria em gloria, na mesma imagem do Senhor.


Contemplar é diferente de olhar. Quando contemplamos uma paisagem observamos muito mais detalhes do que quando apenas olhamos para ela.


Contemplar é olhar atentamente, observar os detalhes, inspecionar tudo, admirar, desejar ser como Ele! 

J.C. Ryle – "Santidade: Santificação Prática e Encontros"


Quanto mais envelheço, mais me convenço de que a verdadeira prática da santidade não recebe a atenção que merece e que, lamentavelmente, existe um padrão de vida cristã muito baixo entre muitos mestres ilustres da religião em nosso país. Ao mesmo tempo, estou cada vez mais convencido de que o esforço zeloso de algumas pessoas bem-intencionadas em promover padrões mais elevados de vida espiritual não é feito “com entendimento” e provavelmente causa mais dano do que benefício. Deixe-me explicar o que quero dizer.

É fácil reunir multidões para os chamados encontros de “vida elevada” ou “consagração”. Qualquer um que tenha observado a natureza humana, tenha lido as descrições dos acampamentos americanos e estudado o curioso fenômeno das “afeições religiosas” sabe disso. Discursos sensacionais e empolgantes de pregadores estranhos ou de mulheres, música alta, salões quentes, barracas lotadas, rostos com a expressão de fortes sentimentos semi-religiosos durante vários dias, dormir tarde da noite, reuniões demoradas, confissão pública de experiências — todas essas coisas juntas são bem interessantes e parecem benéficas. Mas será que esse benefício é real, tem raízes profundas, é sólido e duradouro? Essa é a questão, e gostaria de fazer algumas perguntas em relação a isso.
Aqueles que freqüentam esses encontros transformam-se em pessoas mais santas, mais humildes, mais altruístas, mais bondosas, mais calmas, mais abnegadas e mais semelhantes a Cristo em seus lares? Tornam-se mais contentes com a sua própria posição econômica e ficam mais livres dos desejos impacientes de obter coisas diferentes daquelas que Deus lhes tem dado? Seus pais, mães, maridos, parentes e amigos percebem que eles estão se tornando mais agradáveis e mais fáceis de lidar? Essas pessoas conseguem desfrutar de um domingo tranqüilo e dos meios tranqüilos da graça, sem barulho, emoções intensas ou agitação? E, acima de tudo, estão crescendo no amor, especialmente no amor para com aqueles que não concordam com eles em cada pormenor de sua religião?

Estas são perguntas sérias e perscrutadoras e merecem ser consideradas com seriedade. Espero estar tão ansioso para promover a santidade prática quanto qualquer outro neste país. Admiro e reconheço, de boa vontade, o zelo e a seriedade de muitos, com os quais não posso cooperar, que estão tentando promover a santidade. Mas não posso negar minha crescente suspeita de que esses grandes “movimentos de massa” do momento, apesar do objetivo aparente de promover a vida espiritual, não tendem a promover a religião em casa, a leitura pessoal da Bíblia, a oração pessoal, a aplicação particular da Bíblia e um caminhar pessoal e diário com Deus. Se eles possuem algum valor real, deveriam levar as pessoas a serem melhores maridos e esposas, melhores pais e mães, melhores filhos e filhas, melhores irmãos e irmãs, melhores patrões e patroas e melhores empregados. Entretanto, gostaria de provas evidentes de que eles têm feito isso. Só sei que é bem mais fácil ser cristão em um recinto bíblico em meio às canções, às orações e a outros cristãos simpáticos, do que ser um cristão consistente em um lar sem harmonia, sem diálogo, afastado da cidade e longe de recursos. No primeiro caso, temos as disposições naturais a nosso favor, no segundo, não podemos ser crentes comprometidos sem a graça de Deus. Infelizmente, muitos dos que hoje em dia falam sobre “consagração” parecem ignorar os princípios elementares dos oráculos de Deus sobre a “conversão”.

Encerro este prefácio com o triste sentimento de que muitos daqueles que o lerem, provavelmente, não concordarão comigo. Compreendo que os grandes ajuntamentos do chamado movimento de “vida espiritual” são muito atraentes, especialmente para os jovens. Estes, naturalmente gostam de fervor, agitação e entusiasmo; eles perguntam: “Que mal há nisso?” É preciso aceitar que existem opiniões diferentes. Quando eu era jovem como eles, talvez pensasse da mesma maneira. Quando eles forem velhos como eu, é provável que concordem comigo. Concluo dizendo a cada um de meus leitores: exercitemos o amor ao julgarmos uns aos outros. Em relação àqueles que pensam que a santidade deve ser promovida a partir do chamado movimento “de vida espiritual” moderno, não tenho outro sentimento, senão amor. Se eles trouxerem algum benefício ficarei grato. Em relação a mim mesmo e àqueles que concordam comigo, peço-lhes que retribuam os opositores com amor. O último dia nos dirá quem está certo e quem está errado. Por enquanto, estou bem certo de que demonstrar amargura e frieza em relação àqueles que, por motivo de consciência, recusam-se a trabalhar conosco é provar que somos ignorantes na questão da santidade verdadeira.
J. C. Ryle

15 maio 2012

"18 DESCRIÇÕES DE JESUS EM APOCALIPSE 1" - Mike Bickle


1 e 2 – Alfa e Ômega: v.8

Ele é Divindade com integridade (inteireza) absoluta na sabedoria e no amor. O alfabeto grego inicia-se com a letra “alfa” e termina com a letra “ômega”. A frase Alfa e Ômega significa a primeira e a última letra, incluindo todas as outras letras no meio, que indica inteireza. Este título revela Jesus como o Senhor soberano sobre tudo que acontece no curso inteiro da história. Jesus estabeleceu um plano eterno para nós, sem nada a faltar.

3 – Voz como trombeta: v.10

Ele é a testemunha que avisa fielmente as pessoas sobre a vinda de juízo. Ele é a Testemunha Fiel e Verdadeira, nos dizendo a toda a verdade (Ap 1:5; 3:14).

4 – Anda no meio dos sete candeeiros de ouro: v.13

Ele anda no meio dos candeeiros (Igreja; Ap 1:20), pois se envolve profundamente conosco. Ele anda junto a nós, e está sempre ciente das nossas necessidades, fragilidades e pressões.

5 – Filho do Homem: v.13

O Deus-Homem que governará todas as nações da terra como o Rei dos reis, conforme prometido a Davi em 2 Samuel 7 e visto em Daniel 7:13-14.

(Dn 7:13-14) 13 … eis que vinha com as nuvens do céu um como o Filho do Homem, e dirigiu-se ao Ancião de Dias… 14 Foi-lhe dado domínio, e glória, e o reino, para que os povos, nações e homens de todas as línguas o servissem; o seu domínio é domínio eterno, que não passará, e o seu reino jamais será destruído.

6 – Vestido de uma veste talar: v.13

Ao usar a vestimenta de um sumo sacerdote, Jesus se mostra como o Sumo Sacerdote, que se compadece por nós e que é favorável a nós, e que nos preparou um caminho para vivermos na presença de Deus.

(Hb10:19-22) 19 Tendo, pois, irmãos, intrepidez para entrar no Santo dos Santos, pelo sangue de Jesus, 20 pelo novo e vivo caminho que ele nos consagrou pelo véu, isto é, pela sua carne, 21 e tendo grande sacerdote sobre a casa de Deus, 22 aproximemo-nos…

(Hb 4:14-16) 14 Tendo, pois, a Jesus, o Filho de Deus, como grande sumo sacerdote… 15 Porque não temos sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; antes, foi ele tentado em todas as coisas, à nossa semelhança, mas sem pecado. 16 Acheguemo-nos, portanto, confiadamente, junto ao trono da graça, a fim de recebermos misericórdia e acharmos graça para socorro em ocasião oportuna.

7 – Cingido à altura do peito com cinto de ouro: v.13

Ele possui o peitoral de um sumo sacerdote Judeu, sendo o nosso mediador eterno e definitivo. O Ouro fala de pureza e intimidade  (Ex 25:7; Lv 16:4).

8 – Cabeça e cabelos brancos como a lã, e brancos como a neve: v.14

Deus Pai, O Ancião de Dias, possui cabelos brancos (Dn 7:9). Significa a preexistência eterna de Jesus, com pura e perfeita sabedoria e dignidade (Lv 19:32; Pv 16:31).

(Dn 7:9) 9 … o Ancião de Dias se assentou… os cabelos da cabeça, como a pura lã…

9 – Olhos como chama de fogo: v.14

O olhar de Jesus busca e penetra todas as coisas, semelhantemente ao fogo que penetra o metal. Ele é Deus, com olhos como de fogo que transfere o amor santo e remove tudo aquilo que resiste a este amor. Ele possui olhos de amor e zelo por Seu povo, como um Noivo. (Ap 2:18-23)

10 – Pés semelhantes a latão reluzente (bronze): v.15

Ele julga o pecado. O Seus pés são semelhantes a latão reluzente, que julgam todos os Seus inimigos. como um poderoso guerreiro. Jesus está comprometido em pisar vitoriosamente sobre Jezabel. Ele colocará todos os Seus inimigos debaixo de Seus pés (Sl 110).

11 – Voz como uma voz de muitas águas: v.15

Ele possui uma voz poderosa, como em Genesis 1, e que comanda os exércitos do Céu e da Terra.
(Joel 2:11) O SENHOR levanta a voz diante do seu exército; porque muitíssimo grande é o seu arraial…

12 – As sete estrelas na sua mão direita: v.16

Jesus segura na sua mão as nossas vidas, com a promessa de dar-nos unção, direção e proteção. Ele demonstra ternura para conosco, mesmo quando nos sentimos inadequados ou quando falharmos. Jesus segura Seus líderes na Sua mão, enquanto nos ajuda a realizar o que Ele nos ordenou.

13 – Aguda espada de dois gumes que sai de Sua boca: v.16

Ele libera o poder do Espírito Santo e Seus juízos. Com zelo, Ele peleja por nós com a espada de Sua boca, contra todo aquele que nos opõe. O fôlego de Sua boca é outra forma de expressar o poder de Suas palavras.

(Ef 6:17) … a espada do Espírito, que é a palavra de Deus.

(Ap 19:15) 15 Sai da sua boca uma espada afiada, para com ela ferir as nações; e ele mesmo as regerá com cetro de ferro…

14 – Rosto como sol: v.16

Ele traz fascinação à Sua Igreja capturando sua atenção, e o Seu rosto é uma arma contra os Seus inimigos, uma vez que é impossível olhar diretamente ao sol. Ele é a Estrela da Manhã, que nos enche de brilho.

(2 Ts 2:8) e, então, será revelado o iníquo, a quem o Senhor desfará pelo assopro da sua boca e aniquilará pelo esplendor da sua vinda

15 e 16 – Jesus é o Primeiro e o Último: v.17

Remete a Sua humanidade. Ele é o primeiro ressurreto dentre os mortos (1 Co 15:20) e o primeiro em autoridade (Cl 1:15, 18; Ap 5:12). Este é a descrição de Jesus mais utilizada em Apocalipse (Ap 1:11, 17; 2:8; 22:13). Ele fez esta citação no contexto de Sua morte e ressurreição, e chama-nos a resistir o medo, mesmo diante de martírio.

(Ap 2:8-10) 8 Estas coisas diz o primeiro e o último, que esteve morto e tornou a viver… 10 Não temas as coisas que tens de sofrer… Sê fiel até à morte…

(Cl 1:5, 8) 5 … o primogênito de toda a criação… 18 Ele é a cabeça do corpo, da igreja. Ele é o princípio, o primogênito de entre os mortos, para em todas as coisas ter a primazia

17 – Aquele que vive: v.18

Ele entende a nossa humanidade e o nosso sofrimento, possui poder sobre a morte e conhece o caminho da vitória. Ele voltou à vida. Ele tem poder sobre a morte e dá a vida eterna. Ele “foi morto, mas agora vive” depois que experimentou o sofrimento de uma morte cruel. Nossa visão da morte é diferente da dEle, porque Ele está enraizado na eternidade.

18 – Chaves do Reino: v.18

Ele possui a autoridade sobre o Inferno e a Morte, e a chave de Davi para implantar e estabelecer o Reino. Ele possui a chave de Davi para abrir e fechar todas as portas necessárias.

14 maio 2012

"Por Que Somos Indiferentes Quanto ao Retorno de Cristo?" - A. W. Tozer


Por Que Somos Indiferentes Quanto ao Retorno de
Cristo?

Logo depois do término da primeira guerra mundial, ouvi um grande pregador do sul dizer que temia que o intenso interesse pela profecia generalizada naquela época resultaria na morte da bendita esperança quando os eventos provassem que os entusiásticos intérpretes estavam errados. O homem era profeta, ou pelo menos um estudioso notavelmente perspicaz da natureza humana, pois aconteceu exatamente e que ele predisse. A esperança da vinda de Cristo está quase morta hoje em dia entre os cristãos bíblicos.

Não significa que tenham abandonado a doutrina do segundo advento. De modo nenhum. Tem havido, como todas as pessoas bem informadas sabem, um ajustamento entre alguns dos pontos doutrinários menores do nosso credo, mas a imensa maioria dos evangélicos firmes continua sustentando a crença em que Jesus Cristo algum dia voltará de fato à terra em pessoa. A vitória final de Cristo é aceita como uma das inabaláveis doutrinas da Escritura Sagrada.

É verdade que em alguns rincões as profecias da Bíblia são expostas ocasionalmente. Isto acontece especialmente entre os cristãos hebreus que. por razões muito compreensíveis, parecem sentir-se mais perto dos profetas do Velho Testamento do que os crentes gentios. O amor que votam a seu povo leva-os naturalmente a apegar-se a toda esperança de conversão e restauração última de Israel. Para muitos deles o retorno de Cristo representa rápida e feliz solução do “problema judeu”. Os longos séculos de peregrinação terminarão quando Ele vier, e Deus nesse tempo restaurará “o reino a Israel”. Não ousamos deixar que o nosso profundo amor por nossos irmãos cristãos hebreus nos cegue para as óbvias implicações políticas deste aspecto da esperança messiânica. Não os censuramos por isso. Apenas chamamos a atenção para o fato.

Todavia, o retorno de Cristo como bendita esperança está quase morto entre nós, como já disse. A verdade referente ao segundo advento onde é apresentada hoje, é na maior parte acadêmica ou política. O jubiloso elemento pessoal falta por completo. Onde estão aqueles que:

“Tanto anseiam pelo sinal ó Cristo, do Teu cumprimento; pelo chamejar desvanecem, dos Teus passos em Teu advento?”

A aspiração por ver a Cristo que queimava o peito daqueles primeiros cristãos parece ter-se queimado toda. Tudo que resta são cinzas. É precisamente o “anseio” e o “desvanecimento” pelo retorno de Cristo que distingue entre a esperança pessoal e a teológica.  O mero conhecimento da doutrina correta é pobre substituto de Cristo, e a familiaridade com a escatologia do Novo Testamento nunca tomará o lugar do desejo inflamado de amor de fitar Sua face.

Se o ardoroso anelo desapareceu da esperança do advento hoje, deve haver razão para isto; acho que sei qual é, ou quais são, pois há um bom número delas. Uma é simplesmente que a teologia fundamentalista popular tem dado ênfase à utilidade da cruz, e não à beleza dAquele que nela morreu. A relação do salvo com Cristo é apresentada como contratual, em vez de pessoal. Tem-se acentuado tanto a “obra” de Cristo, que esta eclipsou a pessoa de Cristo. Permitiu-se que a substituição tomasse o lugar da identificação. O que Ele fez por mim parece mais importante do que o que Ele é para mim. Vê-se a redenção como uma transação de negócio direto que “aceitamos”; e à coisa toda fica faltando conteúdo emocional. Temos de amar muito a alguém, para ficarmos despertos esperando a sua vinda, e isso talvez explique a ausência de vigor na esperança do advento entre aqueles que ainda crêem nela.

Outra razão da ausência de real anseio pelo retorno de Cristo é que os cristãos se sentem tão bem neste mundo que têm pouco desejo de deixá-lo. Para os líderes que regulam o passo da religião e determinam o seu conteúdo e a sua qualidade, o cristianismo tornou-se afinal notavelmente lucrativo. As ruas de ouro não exercem atração muito grande sobre aqueles que acham fácil amontoar ouro e prata no serviço do Senhor cá na terra. Todos queremos reservar a esperança do céu como uma espécie de seguro contra o dia da morte, mas enquanto temos saúde e conforto, por que trocar um bem que conhecemos por uma coisa a respeito da qual pouco sabemos? Assim raciocina a mente carnal, e com tal sutileza que dificilmente ficamos cientes disso.

Outra coisa; nestes tempos a religião passou a ser uma brincadeira boa e festiva neste presente mundo, e, por que ter pressa quanto ao céu, seja como for? O cristianismo, contrariamente ao que alguns pensaram, é forma diversa e mais elevada de entretenimento. Cristo padeceu todo o sofrimento. Derramou todas as lágrimas e carregou todas as cruzes; temos apenas que desfrutar os benefícios das suas dores em forma de prazeres religiosos modelados segundo o mundo e levados adiante em nome de Jesus. É o que dizem pessoas que ao mesmo tempo afirmam que crêem na segunda vinda de Cristo.

A história revela que os tempos de sofrimento da igreja têm sido igualmente tempos de alçar os olhos. A tribulação sempre deu sobriedade ao povo de Deus e o encorajou a buscar e a esperar ansiosamente o retorno do seu Salvador. A nossa presente preocupação com este mundo pode ser um aviso de amargos dias por vir. Deus fará com que nos desapeguemos da terra de algum modo — do modo fácil, se possível; do difícil, se necessário. É a nossa vez.

"A Sua Família Cavaria a Sua Própria Sepultura?" - John Piper


Meditações sobre Família e Martírio


Muitos (talvez não todos) dos que lêem este livro estão bem distante da ameaça de martírio. Contudo, as palavras de Jesus têm de ser ouvidas por todos. Dias virão em que elas serão mais relevantes do que parecem hoje. E, mesmo em nossos dias, as palavras de Jesus são tremendamente importantes para milhares de cristãos. David Barret estima, em suas pesquisas anuais, que 164.000 cristãos morreram como mártires todos os anos, no século XX, o qual é provavelmente o mais sangrento de todos os séculos. Isso não deve surpreender a nenhum verdadeiro cristão. “Amados, não estranheis o fogo  ardente que surge no meio de vós, destinado a provar-vos, como se alguma coisa extraordinária vos estivesse acontecendo” (1 Pedro 4.12). Todos devemos ouvir as palavras de Jesus:

Antes, porém, de todas estas coisas, lançarão mão de vós e vos perseguirão, entregando-vos às sinagogas e aos cárceres, levando-vos à presença de reis e governadores, por causa do meu nome; e isto vos acontecerá para que deis testemunho. E sereis entregues até por vossos pais, irmãos, parentes e amigos; e matarão alguns dentre vós. Contudo, não se perderá um só fio de cabelo da vossa cabeça. É na vossa perseverança que ganhareis a vossa alma (Lucas 21.12-13, 16, 18-19).

Sem dúvida, será difícil não somente morrer por Cristo às mãos de homens injustos, mas também ter os membros de nossa própria família, à semelhança de Judas, nos entregando com um beijo. Todavia, haverá outras histórias. Nem todas as famílias falharão naquele tempo. Algumas se revelarão como ouro. Ouvir a respeito dessas famílias e da fé exercida por tais pessoas ajudarão a você e a seus amigos e familiares a ficarem preparados. Quero contar-lhe a história da família Haim, do Camboja.

No vilarejo de Siem Riep (no Camboja), Haim, um mestre cristão, “sabia que os jovens soldados comunistas, de traje preto, ao atravessarem os campos, agora vinham buscá-lo… Haim já tinha determinado que, ao chegar a sua vez, morreria com dignidade e sem queixas. Desde a “Libertação”, em 17 de abril de 1975, qual o cambojano que não pensara neste dia?… Toda a família de Haim estava reunida naquela tarde. Eles eram “a velha caspa”, “o sangue ruim”, “inimigos da revolução gloriosa”, “agentes da CIA [Central Intelligence Agency]!” Eles eram cristãos.

A família passara a noite acordada, confortando-se mutuamente e orando uns pelos outros, enquanto permaneciam amarrados juntos, na grama úmida, debaixo de algumas árvores. Na manhã seguinte, os jovens soldados retornaram e os levaram de seu Getsêmani ao lugar de execução, aos “campos de extermínio”…

A família recebeu ordens de cavar uma sepultura bem ampla, para eles mesmos. Então, concordando com o pedido de Haim, de se prepararem, por alguns momentos, para a morte, pai, mãe e filhos, com mãos unidas, ajoelharam-se ao redor da cova aberta. Com súplicas altissonantes a Deus, Haim começou exortando tanto os soldados como todos os que os olhavam de longe a se arrependerem e crerem no evangelho.

Então, em pânico, um dos filhos mais novos de Haim se colocou de pé, correu em direção aos arbustos dos arredores e desapareceu. Haim se levantou e, com admirável frieza e autoridade, prevaleceu em convencer os soldados a não perseguirem o menino e a permitirem que ele o chamasse de volta. A aglomeração de espectadores que observavam ao redor das árvores, os soldados e a família pasmada, ainda de joelhos à beira da cova, olhavam com admiração, enquanto Haim começou a chamar o seu filho, rogando-lhe que retornasse e morresse junto com sua família. “Que comparação”, bradou Haim, “ganhar apenas mais alguns dias na selva, como um fugitivo, um miserável e solitário, em vez de unir-se à sua família, momentaneamente ao redor da sepultura, mas em breve ao redor do trono de Deus, livres para sempre, no Paraíso?” Depois de alguns minutos de tensão, alguns arbustos foram abertos, e o rapaz, chorando, caminhou lentamente ao seu lugar, entre os familiares ajoelhados. “Agora, estamos prontos para ir”, disse Haim aos soldados.

Poucos dos que presenciaram esse acontecimento duvidaram que as almas daqueles cristãos, cujos corpos tombaram silenciosamente à cova que eles mesmos abriram, ascenderam ao céu, a um lugar preparado pelo Senhor deles (Don Cormack, Killing Fields, Living Fields: An Unfinished Portrait of the Cambodian Church — the Church That Would Not Die, Crowborough, England: Monarch Publications, 1997, p. 233-234).

Haim e sua família não morreram em vão, e nada nos intimidará, se você e eu formos motivados a fixar nossos pensamentos nas coisas que são do alto, para amarmos a Cristo mais do que a este mundo e sermos tão radicalmente livres para o amor, o testemunho e a coragem, na causa da verdade.

08 maio 2012

"Pelos Frutos Conhecereis" – Jonathan Edwards


 A prática cristã é o principal sinal pelo qual podemos julgar a sinceridade de cristãos professos. As Escrituras são muito claras sobre isso. “Pelo seus frutos os conhecereis” (Mat 7:16), “Ou fazei a árvore boa e o seu fruto bom, ou a árvore má e o seu fruto mau; porque pelo fruto se conhece a árvore” (Mat. 12:33). Em nenhum lugar Cristo diz: “Conhecereis a árvore por suas folhas e flores. Conhecereis os homens pelo que dizem, pelas histórias que contam de suas experiências, por suas lágrimas e expressões emocionais”. Não! “Pelos seus frutos os conhecereis. Pelo fruto se conhece a árvore.”


Cristo nos aconselha que procuremos pelos frutos da prática cristã nos outros. Também nos exorta que devemos mostrar esse fruto aos outros em nossas próprias vidas. “Assim brilhe também a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus” (Mat. 5:16). Cristo não diz: “Assim brilhe também a vossa luz, exprimindo aos outros seus sentimentos e experiências.” É quando os outros vêem nossas boas obras que glorificarão nosso Pai que está nos céus.

O restante do Novo Testamento diz o mesmo. Por exemplo, em Hebreus lemos sobre aqueles que foram iluminados, provaram o dom celestial e assim por diante, e caíram (Heb. 6:4-8). Então, no versículo 9 diz: “Quanto a vós outros, todavia, ó amados, estamos persuadidos das coisas que são melhores e pertencentes à salvação.” Por que o escritor de Hebreus estava tão confiante que a fé deles era verdadeira e que eles não cairiam? Por causa de sua prática cristã. Vejam o versículo 10: “Porque Deus não é injusto para ficar esquecido do vosso trabalho e do amor que evidenciastes para com o seu nome, pois servistes e ainda servis aos santos.”

Encontramos o mesmo ensinamento em Tiago. “Meus irmãos, qual é o proveito, se alguém disser que tem fé, mas não tiver obras?” (Tg. 2:14). Tiago está nos dizendo que não adianta dizer que temos fé, se não mostrarmos nossa fé pelas boas obras. Tudo o que dizemos será inútil, se não for confirmado pelo que fazemos. Testemunhos pessoais, histórias sobre nossos sentimentos e experiências – tudo inútil sem boas obras e prática cristã.

De fato, isto é bom senso. Todos sabemos que “ações falam mais alto que palavras.” Isso se aplica tanto ao domínio espiritual quanto ao natural. Imagine duas pessoas, uma parece andar humildemente perante Deus e os homens, viver uma vida que fala de um coração penitente e contrito; é submissa a Deus na aflição, mansa e gentil para com os outros homens. A outra fala sobre quão humilde é, como se sente condenada pelo pecado, como se prostra no pó perante Deus, etc; não obstante, se comporta como se fosse o cabeça de todos os cristãos da cidade! É mandona, importante perante ela mesma e não suporta crítica. Qual dessas duas dá a melhor demonstração de ser uma verdadeira cristã? Não é falando às pessoas sobre nós mesmos que demonstramos nosso cristianismo. Palavras custam pouco. É pela dispendiosa e desinteressada prática cristã que mostramos a autenticidade de nossa fé.

Estou supondo, é claro, que essa prática cristã existe numa pessoa que diz acreditar na fé cristã, pois o que estamos testando é a sinceridade daqueles que se dizem cristãos. Uma pessoa não pode proclamar-se cristã sem reivindicar certas coisas. Não iríamos – e não deveríamos – aceitar como cristão alguém que negue as doutrinas cristãs essenciais, não importa quão bom e santo ele pareça. Junto com a prática cristã, deve haver uma aceitação das verdades básicas do evangelho. Essas incluem crer que Jesus é o Messias, que morreu para satisfazer a justiça de Deus contra nossos pecados, e outras doutrinas dessa ordem. A prática cristã é a melhor prova da sinceridade e salvação daqueles que dizem acreditar nessas verdades, mas não prova coisa alguma sobre a salvação daqueles que as negam!

Eu só acrescentaria o que já disse antes (Parte dois, capítulo 12), que nenhuma aparência exterior é sinal infalível de conversão. A prática cristã é a melhor evidência que temos de que um cristão professo é um cristão verdadeiro. Leva-nos a acreditar em sua sinceridade e aceitá-lo como irmão em Cristo. Mesmo assim, não é prova cem por cento infalível. Para começar, não podemos ver todo o comportamento manifestado de uma pessoa; muito dele está escondido do mundo. Não podemos ver dentro do coração da pessoa para ver seus motivos. Não podemos estar certos até que ponto pode ir uma pessoa não convertida na aparência exterior de cristianismo. Contudo, se pudéssemos ver toda a prática que a consciência da própria pessoa conhece, poderia então ser um sinal infalível de sua condição de pessoa salva.

"Um Verdadeiro Discípulo" (Nós esquecemos que o caminho é apertado) - Paul Washer

O Grande Privilégio - Paul Washer

05 maio 2012

"O Sofrimento é também o meio" - John Piper


Ao dizermos que haverá mártires e sofrimento, eu ainda não disse o principal sobre o preço de realizar a obra. Isso é porque o sofrimento é o meio, e não apenas o preço. É o meio pelo qual realizamos missões.

Eis o que tenho em mente. Passo a ler um versículo muito importante: Colossenses 1.24. Alguns anos atrás, o significado dele veio como estrondo em minha vida. Eu mostrarei como.
Agora, me regozijo nos meus sofrimentos por vós; e preencho o que resta das aflições de Cristo, na minha carne, a favor do seu corpo, que é a igreja;
Paulo era uma pessoa muito estranha. “Regozijo nos meus sofrimentos por vós” é bastante contra a cultura, nada “americano”, contra aquilo que é humano. “Me alegro em meus sofrimentos por vocês, e na minha carne, faço a minha parte em favor de seu Corpo [ou seja, o ajuntamento dos eleitos de Deus] ao preencher o que resta das aflições de Cristo”. Ora, isso parece estar no limite da blasfêmia! O que quer dizer por “preencher o que resta” das aflições de nosso grande Deus e Salvador Jesus Cristo?

Ele não está dizendo que aumenta o mérito ou valor redentor do sangue de Jesus. Não é que complete o mérito e o valor expiatório do sangue de Jesus. Não quer dizer isso. Então, o que Paulo estaria dizendo?

Digitei a palavra grega para preencher (ou completar) e a expressão o que resta em meu programa de Bíblia. Achei na Escritura apenas mais um lugar onde as duas palavras aparecem juntas. Está em Filipenses 2.30: “visto que, por causa da obra de Cristo, chegou ele às portas da morte e se dispôs a dar a própria vida, para suprir a vossa carência de socorro para comigo”.

A situação é que Epafrodito foi enviado da igreja de Filipos até Paulo em Roma. Arriscou sua vida para chegar até ali, e Paulo o elogia por ter arriscado sua vida. Diz aos filipenses que eles deveriam receber tal pessoa com honra, porque esteve para morrer e arriscou seu pescoço para completar o seu ministério para com eles. Eis aqui o versículo paralelo:
Chegou ele às portas da morte e se dispôs a dar a própria vida, para suprir a vossa carência de socorro para comigo.
Essas duas palavras aparecem juntas “para completar o que faltava no socorro de vocês para comigo”. Abri meu antigo (de mais de cem anos) comentário Vincent sobre Filipenses, e este faz uma explanação que, creio eu, seja uma interpretação perfeita de Colossenses 1.24. Diz Vincent:
O presente a Paulo da parte dos Filipenses foi uma dádiva da igreja como corpo. Era uma oferta de amor, dada com sacrifício. O que faltava era a apresentação pessoal desta oferta. Isso era impossível, e Paulo representa Epafrodito como tendo suprido essa falta mediante seu afetuoso e zeloso ministério.
Temos aqui um quadro de uma igreja que deseja comunicar amor enviando dinheiro até Roma, e não podem fazê-lo pessoalmente. São pessoas demais, e Roma é longe demais. Assim, dizem a Epafrodito: “Epafrodito, represente-nos e complete aquilo que falta do nosso amor. Não existe nada que falte no amor exceto a expressão pessoal dele. Leve isso com você e comunique-o a Paulo”.

Creio ser exatamente o que quer dizer Colossenses 1.24. Jesus morreu e sofreu por pessoas em todo o mundo, de todas as nações. Foi ele então sepultado e ressuscitou ao terceiro dia, conforme as Escrituras. Ascendeu ao céu, de onde reina sobre toda a terra. Deixou uma tarefa a ser realizada aqui.
Paulo compreendia que em sua missão faltava uma coisa nos sofrimentos de Jesus. A oferta de amor de Cristo deveria ser apresentada pessoalmente por meio de missionários aos povos por quem ele morreu. Paulo diz: “Isso eu faço. Em meus sofrimentos, eu completo o que falta nos sofrimentos de Cristo.” Quer dizer que é a intenção de Cristo que a Grande Comissão seja uma apresentação às nações dos sofrimentos de sua cruz, mediante os sofrimentos de seu povo. Acabará desta maneira. Se você quer se alistar para a Grande Comissão, para isso que estará se comprometendo.

Há alguns anos, eu estava trabalhando com Alegrem-se os Povos, e me escondi no seminário Trinity em Deerfield, Ilinois. Estava “escondido” porque não queria que ninguém soubesse onde eu estava, para que não me incomodassem. Minha esposa e meus filhos permaneceram em casa, e eu trabalhava 18 horas por dia.

Soube então que J. Oswald Sanders estaria falando na capela. Ele contava oitenta e nove anos. Era um veterano e grandíssimo líder de missões. Perguntei com meus botões: “Será que devo aparecer em público e arriscar ter de conversar com um monte de gente, ser convidado para jantar e essas coisas todas, impedindo-me de terminar o meu trabalho?” Mas, queria muito ouvi-lo, e assim, fui ouvi-lo às escondidas no fundo da capela. Esse homem idoso ficou ali em pé, e eu estava cheio de admiração, desejoso de que, quando eu tivesse 89 anos, fosse como ele. Relatou uma história que personifica muito bem Colossenses 1.24.

Disse que certa vez havia na Índia um evangelista que caminhava pelas estradas em diversos vilarejos, pregando o evangelho. Era homem simples, sem estudo, disposto a entregar sua vida por ele, que amava Jesus de todo coração. Chegou em um vilarejo que não tinha o evangelho. Era o final do dia e ele estava exausto, mas entrou na cidadezinha e ergueu sua voz para compartilhar o evangelho com os que estavam na praça. Eles zombaram, ridicularizaram-no e o expulsaram do vilarejo. Tão cansado estava – sem mais recursos emocionais – que se deitou sob uma árvore, em desânimo total. Dormiu sem saber se acordaria na manhã seguinte. Pelo que ele sabia, poderiam até mesmo matá-lo.

Quando acabara de escurecer, de repente, ele despertou e deu um pulo. Parecia que todo mundo do vilarejo estava ao seu redor, olhando para ele. Ele pensou que, na certa, esses homens o matariam. Começou a tremer, e um dos maiorais da vila disse: “Viemos ver que tipo de homem você é, e quando vimos os seus pés cheios de bolhas, soubemos que é um homem santo. Queremos que nos diga por que você ficou com os pés machucados só para falar conosco”. Ele pregou-lhes o evangelho e, conforme disse J. Oswald Sanders, todos do vilarejo creram. É a isso que Paulo está se referindo com a afirmativa: “Completo em meus sofrimentos o que falta das aflições de Jesus.”

Tenho mais um pequeno parêntese sobre J. Oswald Sanders. Aos 89 anos ele disse: “Tenho escrito um livro por ano desde meus setenta anos”. Dezoito livros depois dos setenta! Existem pessoas em minha igreja e por toda a América que desistem da vida aos 65, morrendo em um campo de golfe no estado de Nevada, quando deveriam estar entregando suas vidas lá entre os muçulmanos, como fez Raymond Lull.

Raymond Lull foi grande estudioso de línguas orientais, missionário aos muçulmanos do Século XII, que se aposentou e voltou para a Itália. Por algum tempo continuou sua vida acadêmica, mas eventualmente desistiu, perguntando: “O que é que estou fazendo? Vou morrer aqui na Itália. Por que não atravessar o Mediterrâneo para morrer na Argélia?” E então, sabendo que a pregação pública lhe custaria sua vida, entrou em um navio, contando ele mais de oitenta anos de idade, e atravessou o Mediterrâneo. Permaneceu incógnito enquanto encorajava a igreja, e decidiu que esse tempo seria tão propício quanto qualquer outro. Assim, ele se levantou para pregar, e aqueles o mataram. Que jeito de deixar a vida!

Atentem, especialmente aqueles que estão na casa dos sessenta anos. Falo comigo mesmo, pois, quando você é idoso não tem nada a perder com o martírio, e ainda consegue descontos nas passagens.

Por que deveríamos pensar que trabalhar quarenta ou cinquenta anos signifique que poderemos brincar e jogar nos últimos quinze anos antes de nos encontrar com o Rei? Não entendo. São apenas mentiras de nossos tempos. Somos fortes aos 65 e somos fortes aos 70. Lembro-me quando minha mãe foi morta, meu pai quase morreu também, em um acidente de ônibus em Israel. Eu o peguei dez dias depois – ele e o corpo de minha mãe viajando na ambulância, e o tempo todo, de Atlanta a Greenville, ele estava ali deitado, com as costas abertas porque seus ferimentos eram tão sérios que não puderam suturá-los. Ele ficava dizendo: “Deus deve ter um propósito para minha vida. Certamente, Deus tem um propósito para mim!”

Os próximos 30 anos de vida de meu pai foram de um ministério profícuo! Quando ele tinha quase 80 anos, trabalhava pelas nações mais que nunca antes. Preparava lições em Easley, na Carolina do Sul, incluindo algumas gravações. Essas iam para 60 nações, com cerca de 10,000 pessoas vindo à fé em Jesus a cada ano, porque Deus poupou a vida de meu pai naquele acidente e fez com que ele não acreditasse que deveria se aposentar.

"A Heresia do Egocentrismo" - John MacArthur

 
"Não negligencieis a prática do bem e a mútua cooperação [koinonia]"
Hebreus 13.16
 
O egocentrismo não tem lugar na igreja. Nem devíamos dizer isso, mas, desde o alvorecer da era apostólica até hoje, o amor próprio em todas as suas formas tem prejudicado incessantemente a comunhão dos santos. Um exemplo clássico e antigo de egocentrismo fora de controle é visto no caso de Diótrefes. Ele é mencionado em 3 João 9-10, onde o apóstolo diz: "Escrevi alguma coisa à igreja; mas Diótrefes, que gosta de exercer a primazia entre eles, não nos dá acolhida. Por isso, se eu for aí, far-lhe-ei lembradas as obras que ele pratica, proferindo contra nós palavras maliciosas. E, não satisfeito com estas coisas, nem ele mesmo acolhe os irmãos, como impede os que querem recebê-los e os expulsa da igreja".

Diótrefes anelava ser o preeminente em sua congregação (talvez até mais do que isso). Portanto, ele via qualquer outra pessoa que tinha autoridade de ensino – incluindo o apóstolo amado – como uma ameaça ao seu poder. João havia escrito uma carta de instrução e encorajamento à igreja, mas, por causa do desejo de Diótrefes por glória pessoal, ele rejeitou o que o apóstolo tinha a dizer. Evidentemente, ele reteve da igreja a carta de João. Parece que ele manteve em segredo a própria existência da carta. Talvez ele a destruiu. Por isso, João escreveu sua terceira epístola inspirada para, em parte, falar a Gaio sobre a existência da carta anterior.

Na verdade, o egoísmo de Diótrefes o tornou culpado do mais pernicioso tipo de heresia: ele rejeitou ativamente e se opôs à doutrina apostólica. Por isso, João condenou Diótrefes em quatro atitudes: ele rejeitou o ensino apostólico; fez acusações injustas contra um apóstolo; foi inóspito para com os irmãos e excluiu aqueles que não concordavam com seu desafio a autoridade de João. Em todo sentido imaginável, Diótrefes era culpado da mais obscura heresia, e todos os seus erros eram frutos de egocentrismo.

Em nosso estado caído, estado de carnalidade, somos todos assediados por uma tendência para o egocentrismo. Isto não é uma ofensa insignificante, nem um pequeno defeito de caráter, nem uma ameaça irrelevante à saúde de nossa fé. Diótrefes ilustra a verdade de que o amor próprio é a mãe de todas as heresias. Todo falso ensino e toda rebelião contra a autoridade de Deus estão, em última análise, arraigados em um desejo carnal de ter a preeminência – de fato, um desejo de reivindicar para si mesmo aquela glória que pertence legitimamente a Cristo. Toda igreja herética que já vimos tem procurado suplantar a verdade e a autoridade de Deus com seu próprio ego pretensioso.
De fato, o egocentrismo é herético porque é a própria antítese de tudo que Jesus ensinou ou exemplificou. E produz sementes que dão origem a todas as outras heresias imagináveis.

Portanto, não há lugar para egocentrismo na igreja. Tudo no evangelho, tudo que igreja tem de ser e tudo que aprendemos do exemplo de Cristo golpeia a raiz do orgulho e do egocentrismo humano.

Koinonia 

As descrições bíblicas de comunhão na igreja do Novo Testamento usam a palavra grega koinonia. O espírito gracioso que essa palavra descreve é o extremo oposto do egocentrismo. Traduzida diferentemente por "comunhão", "compartilhamento", "cooperação" e "contribuição", esta palavra é derivada de koinos, a palavra grega que significa "comum". Ela denota as ideias de compartilhamento, comunidade, participação conjunta, sacrifício em favor de outros e dar de si para o bem comum.

Koinonia era uma das quatro atividades essenciais que mantinha os primeiros cristãos juntos: "E perseveravam na doutrina dos apóstolos e na comunhão [koinonia], no partir do pão e nas orações" (At 2.42). O âmago da "comunhão" na igreja do Novo Testamento era culto e sacrifício uns pelos outros, e não festividade ou funções sociais. A palavra em si mesma deixava isso claro nas culturas de fala grega. Ela foi usada em Romanos 15.26 para falar de "uma coleta em benefício dos pobres" (ver também 2 Co 9.3). Em 2 Coríntios 8.4, Paulo elogiou as igrejas da Macedônia por "participarem [koinonia] da assistência aos santos". Hebreus 13.16 diz: "Não negligencieis, igualmente, a prática do bem e a mútua cooperação [koinonia]". Claramente, o egocentrismo é hostil à noção bíblica de comunhão cristã.

Uns aos outros

Esse fato é ressaltado também pelos muitos "uns aos outros" que lemos no Novo Testamento. Somos ordenados: a amar "uns aos outros" (Jo 13.34-35; 15.12, 17); a não julgar "uns aos outros" e ter o propósito de não por tropeço ou escândalo ao irmão (Rm 14.13); a seguir "as coisas da paz e também as da edificação de uns para com os outros" (Rm 14.19); a ter "o mesmo sentir de uns para com os outros" e acolher "uns aos outros, como também Cristo nos acolheu para a glória de Deus" (Rm 15.5, 7). Somos instruídos a levar "as cargas uns dos outros" (Gl 6.2); a sermos benignos uns para com os outros, "perdoando... uns aos outros" (Ef 4.32); e a sujeitar-nos "uns aos outros no temor de Cristo" (Ef 5.21). Em resumo, "Nada façais por partidarismo ou vanglória, mas por humildade, considerando cada um os outros superiores a si mesmo" (Fp 2.3).

No Novo Testamento, há muitos mandamentos semelhantes que governam nossos relacionamentos mútuos na igreja. Todos eles exigem altruísmo, sacrifício e serviço aos outros. Combinados, eles excluem definitivamente toda expressão de egocentrismo na comunhão de crentes.

Cristo como cabeça de seu corpo, a igreja

No entanto, isso não é tudo. O apóstolo Paulo comparou a igreja com um corpo que tem muitas partes, mas uma só cabeça: Cristo. Logo depois de afirmar, enfaticamente, a deidade, a eternidade e a proeminência absoluta de Cristo, Paulo escreveu: "Ele é a cabeça do corpo, da igreja" (Cl 1.18). Deus "pôs todas as coisas debaixo dos pés, e para ser o cabeça sobre todas as coisas, o deu à igreja, a qual é o seu corpo" (Cl 1.22-23). Cristãos individuais são como partes do corpo, existem não para si mesmos, mas para o bem de todo o corpo: "Todo o corpo, bem ajustado e consolidado pelo auxílio de toda junta, segundo a justa cooperação de cada parte, efetua o seu próprio aumento para a edificação de si mesmo em amor" (Ef 4.16).

Além disso, cada parte é dependente de todas as outras, e todas estão sujeitas à Cabeça. Somente a Cabeça é preeminente, e, além disso, "se um membro sofre, todos sofrem com ele; e, se um deles é honrado, com ele todos se regozijam" (1 Co 12.26).

Até aquelas partes do corpo aparentemente insignificantes são importantes (vv. 12-20). "Deus dispôs os membros, colocando cada um deles no corpo, como lhe aprouve. Se todos, porém, fossem um só membro, onde estaria o corpo?" (vv. 18-19).

Qualquer evidência de egoísmo é uma traição de não somente o resto do corpo, mas também da Cabeça. Essa figura torna o altruísmo humilde em virtude elevada na igreja – e exclui completamente qualquer tipo de egocentrismo.

Escravos de Cristo

A linguagem de escravo do Novo Testamento enfatiza, igualmente, esta verdade. Os cristãos não são apenas membros de um corpo, sujeitos uns aos outros e chamados à comunhão de sacrifício. Somos também escravos de Cristo, comprados com seu sangue, propriedade dele e, por isso, sujeitos ao seu senhorio.

Escrevi um livro inteiro sobre este assunto. Há uma tendência, eu receio, de tentarmos abrandar a terminologia que a Escritura usa porque – sejamos honestos – a figura de escravo é ofensiva. Ela não era menos inquietante na época do Novo Testamento. Ninguém queria ser escravo, e a instituição da escravidão romana era notoriamente abusiva.

No entanto, em todo o Novo Testamento, o relacionamento do crente com Cristo é retratado como uma relação de senhor e escravo. Isso envolve total submissão ao senhorio dele, é claro. Também exclui toda sugestão de orgulho, egoísmo, independência ou egocentrismo. Está é simplesmente mais uma razão por que nenhum tipo de egocentrismo tem lugar na vida da igreja.

O próprio senhor Jesus ensinou claramente este princípio. Seu convite a possíveis discípulos foi uma chamada à total autorrenúncia: "Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, dia a dia tome a sua cruz e siga-me" (Lc 9.23).

Os doze não foram rápidos para aprender essa lição, e a interação deles uns com os outros foi apimentada com disputas a respeito de quem era o maior, quem poderia ocupar os principais assentos no reino e expressões semelhantes de disputas egocêntricas. Por isso, na noite de sua traição, Jesus tomou uma toalha e uma bacia e lavou os pés dos discípulos. Sua admoestação para eles, na ocasião, é um poderoso argumento contra qualquer sussurro de egocentrismo no coração de qualquer discípulo: "Ora, se eu, sendo o Senhor e o Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns dos outros. Porque eu vos dei o exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós também" (Jo 13.14-15).

Foi um argumento do maior para o menor. Se o eterno Senhor da glória se mostrou disposto a tomar uma toalha e lavar os pés sujos de seus discípulos, então, aqueles que se chamam discípulos de Cristo não devem, de maneira alguma, buscar preeminência para si mesmos. Cristo é nosso modelo, e não Diótrefes.

Não posso terminar sem ressaltar que este princípio tem uma aplicação específica para aqueles que estão em posições de liderança na igreja. É um lembrete especialmente vital nesta era de líderes religiosos que são superestrelas e pastores jovens que agem como estrelas de rock. Se Deus chamou você para ser um presbítero ou mestre na igreja, ele o chamou não para sua própria celebridade ou engrandecimento. Deus o chamou a fazer isso para a glória dele mesmo. Nossa comissão é pregar não "a nós mesmos, mas a Cristo Jesus como Senhor e a nós mesmos como vossos servos [escravos], por amor de Jesus" (2 Co 4.5).


03 maio 2012

John Piper – O que É um Cristão?

                 
                      O que É um Cristão?


O que significa ser um cristão? Charles Hodge, um dos grandes teólogos reformados do século XIX, achou a resposta neste texto: “É ser constrangido por um senso do amor de nosso divino Senhor, de tal modo que Lhe consagramos nossa vida”.

Ser um cristão não significa apenas crer, de coração, que Cristo morreu por nós. Significa “ser constrangido” pelo amor demonstrado nesse ato. A verdade nos pressiona. Ela força e se apropria; impele e controla. A verdade nos cerca, não nos deixando fugir. Ela nos prende em gozo.

Como a verdade faz isso? Paulo disse que o amor de Cristo o constrangia por causa de um julgamento que ele fazia a respeito da morte: “Julgando nós isto: um morreu por todos; logo, todos morreram”. Paulo se tornou cristão não somente por meio da decisão com base no fato de que Cristo morreu pelos pecadores, mas também por meio do sábio discernimento de que a morte de Cristo foi também a morte de todos aqueles em favor dos quais Ele morreu.

Em outras palavras, tornar-se um cristão é chegar a crer não somente que Cristo morreu por seu povo, mas também que todo o seu povo morreu quando Ele morreu. Tornar-se um cristão é, primeiramente, fazer esta pergunta: estou convencido de que Cristo morreu por mim e de que eu morri nEle? Estou pronto a morrer, a fim de viver no poder do amor dEle e para a demonstração da sua glória. Em segundo lugar, tornar-se um cristão significa responder sim, de coração.

O amor de Cristo nos constrange a responder sim. Sentimos tanto amor fluindo da morte de Cristo para nós, que descobrimos nossa morte na morte dEle — nossa morte para todas as lealdades rivais. Somos tão dominados (“constrangidos”) pelo amor de Cristo, que o mundo desaparece, como que diante de olhos mortos. O futuro abre um amplo campo de amor.

Um cristão é uma pessoa que vive sob o constrangimento do amor de Cristo. O cristianismo não é meramente crer num conjunto de doutrinas a respeito do amor de Cristo. É uma experiência de ser constrangido por esse amor — passado, presente, futuro.

Entretanto, esse constrangimento surge de um juízo que fazemos sobre a morte de Cristo: “Quando Ele morreu, eu morri”. É um julgamento profundo. “Assim como o pecado de Adão foi, legal e eficazmente, o pecado de toda a raça, assim também a morte de Cristo foi, legal e eficazmente, a morte de seu povo.” Visto que nossa morte já aconteceu, não temos mais condenação (Rm 8.1-3). Isto é a essência do amor de Cristo por nós. Por meio de sua morte imerecida, Cristo morreu nossa morte bem merecida e abriu o seu futuro como o nosso futuro.

Portanto, o juízo que fazemos sobre a sua morte resulta em sermos constrangidos pelo amor dEle. Veja como Charles Hodge expressou isso: “Um cristão é alguém que reconhece a Jesus como o Cristo, o Filho do Deus vivo, como Deus manifestado em carne, que nos amou e morreu por nossa redenção. É também uma pessoa afetada por um senso do amor deste Deus encarnado, a ponto de ser constrangida a fazer da vontade de Cristo a norma de sua obediência e da glória de Cristo o grande alvo em favor do qual ela vive”.

Como não viver por Aquele que morreu nossa morte, para que vivamos por sua vida? Ser um cristão é ser constrangido pelo amor de Cristo.

Donnie Mcclurkin Holy legendado

kim walker spontaneous worship